De acordo com o ministério, o laboratório inaugurado na capital sul-mato-grossense é considerado o mais moderno da América Latina e o primeiro de alto nível de biossegurança voltado para pesquisa, desenvolvimento e inovação em bovinos, aves e suínos, e que pode também ser utilizado em cadeias produtivas de outras carnes de micro-organismos agrícolas. As instalações aumentam a capacidade do país para garantir qualidade sanitária dos rebanhos.
Em um mesmo laboratório será possível estudar bactérias causadoras de tuberculose bovina, botulismo, antrax, salmonelose e de intoxicações alimentares e desenvolver testes e vacinas para doenças como a brucelose. Na construção do laboratório foram investidos R$ 10 milhões e da Embrapa e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Três semanas
Em entrevista coletiva após a inauguração, Blairo Maggi reafirmou que os frigoríficos interditados estão passando por uma nova análise dos técnicos do ministério e que poderão ser reabertos ou serem mantidos fechados por mais tempo. “Os frigoríficos interditados estão passando por uma nova análise dos nossos técnicos. Temos uma força-tarefa trabalhando e, a medida em que nós formos recebendo as informações e saber exatamente qual foi o problema, se ele tem uma linha interditada ou se é toda a planta interditada, em três semanas, nós pretendemos dar um verdito sobre esse assunto. Ou ele voltará a trabalhar, ou ficará por mais tempo fechado”.
“Faria o mesmo”
O ministro ainda deu razão aos países que fecharam o mercado à carne brasileira. Ele disse que o Brasil faria o mesmo. “Todos os países que saíram imediatamente, saíram com razão. Vocês imaginem se o Brasil é um grande comprador de produtos de algum outro país e a gente ouve na imprensa brasileira o que foi dito no outro país. O governo tem por obrigação trancar esse mercado e dizer 'espera aí, vamos ouvir e vamos ver o que está acontecendo'. Então, a reação dos países de fora é normal para mim. Eles receberam uma notícia muito ruim, falaram 'não é possível que eu estou comprando uma carne dessa de um país assim'. Pararam de fazer os embarques, mas nós entramos e fomos mostrando que não era bem aquilo que tinha sido feito, que tinha sido mostrado e aos poucos, paulatinamente, todos estão voltando. Os grandes já voltaram, o que dá muita tranquilidade para nós continuarmos trabalhando”, disse.
Blairo Maggi acredita que a exportação de carne brasileira irá voltar a normalidade em poucas semanas. Ele contou que, com esse objetivo, irá à China para encontros com parte do governo. Ele irá levar empresários ligados à indústria da carne e autoridades das associações ligadas ao setor.
O ministro afirmou ainda que apesar do anúncio de férias coletivas da JBS, nenhuma empresa, até o momento, disse que fará demissões. Ele contou ter recebido notícias de frigoríficos e cooperativas do Paraná que até ganharam clientes porque não estavam envolvidos nas irregularidades investigadas pela Polícia Federal.
Brasil X Brasil
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, que também participou da inauguração do laboratório, voltou a criticar a forma como a Polícia Federal divulgou o resultado da operação Carne Fraca. “Foi o Brasil atirando contra o Brasil, através de uma operação que ninguém é contra que investigue nada, mas a forma com que foi colocada à sociedade foi equivocada. Então, acho que agora é um tempo de ajuste para colocar as coisas no devido lugar e mostrar que a carne brasileira continua como sempre foi, a melhor carne do mundo, em qualidade, em maciez, em sabor e é isso que o consumidor lá fora e aqui dentro aprecia na nossa carne”, disse.